Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.

Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.
Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de
dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía
de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.
Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles
impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais
foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

No dia 22 de novembro de 1910, João Cândido deu início ao levante, assumindo o comando do Minas Gerais, pleiteando a abolição dos
castigos corporais na Marinha de Guerra brasileira. Foi designado à época, pela imprensa, como Almirante Negro. Por quatro dias, os
navios de guerra Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro apontaram os seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao
Presidente Hermes da Fonseca, os revoltosos declararam: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais
suportar a escravidão na Marinha brasileira". A rebelião terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da
chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos. Entretanto, no dia seguinte ao desarmamento dos navios rebelados, o governo
promulgou em 28 de novembro um decreto permitindo a expulsão de marinheiros que representassem risco, o que era um nítida quebra de
palavra, uma traição do texto da lei de anistia aprovada no dia 25 pelo Senado da República e sancionada pelo presidente Hermes da
Fonseca. Alguns marinheiros começaram a ser afastados da Marinha, aparentemente em comum acordo, para o bem de todos.